Sindicato cobra novo concurso para agente de trânsito da CET-SP
Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA o presidente do Sindviários cobra um novo concurso para agente de trânsito da CET-SP.
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Publicado em:03/04/2019 às 08:17
Atualizado em:03/04/2019 às 08:17
Há mais de dez anos sem realizar concurso, a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) segue sem previsão para a publicação de um novo edital. Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, Reno Ale, presidente do Sindviários — sindicato representante da categoria — disse que o ideal seria a contratação de, pelo menos, novos mil agentes de trânsito.
“Nós estamos desde o final da gestão do prefeito anterior requisitando concurso público. Além da nossa categoria não ter o número de agentes necessários para fazer uma boa gestão na operação de trânsito em São Paulo, nosso pessoal está com uma média de idade de 52 anos”, relatou Ale.
O presidente do sindicato defendeu, ainda, que os concursos para a CET-SP deveriam ser realizados de forma regular. “Deveríamos manter o concurso ativo para que possamos ter condição de ir contratando mais gente ao longo do tempo.”
De acordo com a Companhia, a cidade de São Paulo tem hoje 1.800 agentes de trânsitos atuando nas ruas. No entanto, Ale alertou que se considerar as férias e baixas, o número diminui para cerca de 1.500 profissionais atuando ativamente.
“Quando pegamos essa quantidade de agentes e dividimos por quatro turnos de trabalho e pelas gerências que existem, temos uma quantidade muito pequena de agentes trabalhando em toda cidade ao mesmo tempo”, apontou.
Presidente do sindviários pede, no mínimo, mil vagas em novo concurso
(Foto: Prefeitura de São Paulo)
Outro fato destacado pelo presidente dos Sindiviários é que os agentes acabam sendo submetidos a horas excessivas de trabalho, fazendo muitas horas extras, especialmente nos fins de semana.
Um dos motivos para essa situação é o aumento no número de eventos realizados nos fins de semana na cidade. De acordo com Ale, o número de shows, corridas de rua, campeonatos de futebol e até festivais, como o Lolapalloza, somam um total de mais de cinco mil eventos por ano.
“A carência não é admitida publicamente pela empresa, mas ela existe. Existe também uma questão burocrática da prefeitura em relação ao concurso, porque eles consideram que aumentar o efetivo acarreta em aumento dos custos, mas também vai aumentar a qualidade de vida tanto dos condutores quanto de pedestres aqui na cidade de São Paulo.”
O último concurso da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo aconteceu em 2008 e ofertou, na época, 60 vagas. As oportunidades foram distribuídas pelos cargos de gente de transporte, agente de manutenção de sinalização, assistente de administração, operador de trânsito, técnico de enfermagem do trabalho, técnico de segurança do trabalho, advogado, analista técnico, gestor de educação de trânsito, enfermeiro e médico.
A empresa responsável por organizar a seleção foi a Fundatec. Os candidatos foram submetidos a etapas de prova objetiva, teste físico, prova prática de direção e avaliação de potencialidades (análise técnica e situacional e avaliação psicológica).
Em 2008 os salários para esses profissionais variavam de R$946,59 a R$2.901,20, dependendo da função. Além disso, os profissionais tinham direito aos seguintes benefícios: assistência médico-hospitalar/odontológica, vale-refeição, transporte e alimentação, além de seguro de vida em grupo e auxílio Educação Infantil. O regime de contratação era o celetista.
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