Sem novo concurso, efetivo da CET-SP diminui 9,7% em seis anos

Há onze anos, a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo não realiza novos concursos CET-SP. Sem a reposição de profissionais, o efetivo diminuiu 9,7% desde 2013. Os atuais funcionários ainda são divididos entre quatro turnos de trabalho e as diversas gerências do estado.

De acordo com dados apurados pela Rede Globo, há seis anos, a CET-SP tinha 1.860 empregados. Este ano, o quadro passou para 1.679 funcionários. Os motivos não foram informados, mas a tendência é que sejam por aposentadorias, mortes, exonerações ou desligamentos em geral.

FOLHA DIRIGIDA questionou a Companhia sobre a possibilidade de publicação de novos editais de concursos públicos. A Assessoria de Imprensa informou que “a adequação do número de empregados por meio de contratação é um projeto que está inserido no planejamento da CET no tocante a sua política de recursos humanos”.

De acordo com o setor, isso contempla a revisão do plano de cargos e salários, a adequação de jornada de trabalho e análise de benefícios, os quais serão implantados de forma gradual.

A Companhia também afirmou que “vem adotando, desde 1º de janeiro de 2017, uma série de medidas para modernizar e atualizar tecnologicamente a área operacional, bem como a gestão administrativa da CET”.

Por outro lado, o presidente do Sindiviários (Sindicato representante da categoria), Reno Ale, disse que o ideal seria a abertura de concurso. Em entrevista concedida em abril, ele destacou que o necessário seria a contratação de, pelo menos, mil novos agentes de trânsito.

“Além da nossa categoria não ter o número de agentes necessários para fazer uma boa gestão na operação de trânsito em São Paulo, nosso pessoal está com uma média de idade de 52 anos”, ressaltou Ale sobre a possibilidade de muitas aposentadorias nos próximos anos.

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Falta de concurso CET-SP gera excessivas horas de trabalho

A ausência de novos concursos CET-SP faz com que a Companhia tenha que pagar horas extras aos atuais profissionais do quadro. Segundo o presidente do Sindiviário, os agentes de trânsito são submetidos a horas excessivas de trabalho, com muitas horas extras. Sobretudo, aos finais de semana.

Reno Ale justificou essa situação pelo aumento no número de eventos realizados na cidade de São Paulo. Ele identificou a quantidade de shows na capital paulista, além de corridas de rua, campeonatos de futebol, festivais como o Lolapalloza. O que gera um total superior a cinco mil eventos por ano.

“A carência não é admitida publicamente pela empresa, mas ela existe. Existe também uma questão burocrática da prefeitura em relação ao concurso, porque eles consideram que aumentar o efetivo acarreta em aumento dos custos, mas também vai aumentar a qualidade de vida tanto dos condutores quanto de pedestres aqui na cidade de São Paulo”, relatou o representante da categoria.

Em 2017, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP) recomendou a abertura de novo concurso com o objetivo de garantir a regularidade dos serviços prestados.

Foram publicadas orientações para a companhia “adotar medidas para sanear a falta de efetivo na atuação da operação de trânsito, por meio da elaboração de estudos quanto a real necessidade de quadro de pessoal técnico nessa área, bem como a realização de concurso púbico para o preenchimento das vagas necessárias”.

O regime de contratação da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo é o da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que garante o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o seguro-desemprego.

Último concurso para ingresso na CET-SP ocorreu em 2008

O último concurso realizado pela CET-SP para ingresso de funcionários foi realizado em 2008. O edital trouxe a oferta de 60 vagas.

O quantitativo foi distribuído pelas carreiras de agente de transporte, agente de manutenção de sinalização, assistente de administração, operador de trânsito, técnico de enfermagem do trabalho, técnico de segurança do trabalho, advogado, analista técnico, gestor de educação de trânsito, enfermeiro e médico. 

Com a Fundatec como banca organizadora, os concorrentes foram avaliados por prova objetiva, teste físico, prova prática de direção e avaliação de potencialidades (análise técnica e situacional e avaliação psicológica).

Em 2008, os salários oferecidos aos profissionais eram variáveis de R$946,59 a R$2.901,20, dependendo da função. Além disso, os profissionais tinham direito aos seguintes benefícios: assistência médico-hospitalar/odontológica, vale-refeição, transporte e alimentação, além de seguro de vida em grupo e auxílio Educação Infantil.

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