Sem concurso, IBGE perdeu 418 servidores nos últimos dez meses
O IBGE já perdeu 418 servidores neste ano e a falta de pessoal agrava crise. Instituto aguarda autorização para 1.800 vagas em concurso.
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Publicado em:05/11/2018 às 15:53
Atualizado em:05/11/2018 às 15:53
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) perdeu 418 servidores nos últimos dez meses. A informação é do relatório com indicadores de Recursos Humanos, do mês de outubro, divulgado pela Assibge.
Segundo os dados, o Instituto perdeu 7,71% de seus servidores. Entre janeiro e outubro de 2018, o quadro de pessoal efetivo caiu de 5.420 para 5.002. Conforme a Assibge, na média, pouco mais de 40 servidores deixaram o órgão por mês só este ano e a maior parte dessas perdas foi devido aos pedidos de aposentadoria.
Dos 418 servidores, o IBGE concedeu 347 aposentadorias. Para o sindicato nacional, essa situação tende a se agravar e a cada mês, o número de aposentadorias e a ausência de concurso IBGE coloca o quadro de pessoal em uma situação ainda mais crítica.
"Hoje, 44,8% dos servidores têm 51 anos ou mais de idade e 36,6% têm 31 ou mais anos de serviço. Isso significa que 29% dos servidores ativos (1.448) já completaram todas as condições para pedir aposentadoria", informou a Assibge, em nota.
Entre as justificativas para o crescente volume de aposentadorias estão a possibilidade de complementação da gratificação de desempenho para os aposentados, através da ação do DAPIBGE, associada aos receios dos servidores com uma nova reforma da previdência, que deve acelerar os pedidos de aposentadoria entre o fim deste ano e o começo de 2019.
Ainda conforme a Assibge, depois de um aumento entre janeiro (5.564) e abril (5.909), o número de trabalhadores temporários caiu, fechando outubro com 5.041. Com isso, o IBGE possui 50,2% de temporários em atividade.
Março foi o mês com o maior número de aposentadorias
Conforme o relatório, o mês de março foi o que teve o maior número de aposentadorias até o momento, com 104. Em segundo ficou fevereiro, com 85. Já em janeiro, maio, julho e setembro, não foram registradas nenhuma aposentadoria.
Em relação ao período de serviço dos trabalhadores, os números também preocupam. Segundo o relatório, o Instituto tem 1.069 profissionais com mais de 35 anos de tempo de serviço, ou seja, estes servidores já preenchem o necessário para se aposentarem. Já com 31 a 35 anos de atividade são 763 trabalhadores.
Concurso IBGE espera autorização para 1.800 vagas (Foto: Divulgação)
A faixa etária dos servidores também consta no documento. São 1.274 com idade entre 51 e 60 anos, o que representa a maioria dos profissionais. Além disso, 965 já possuem mais de 60 anos.
A Associação e Sindicato Nacional dos Servidores do IBGE encerra a nota afirmando:
"A perda de servidores, associada ao aperto no orçamento do órgão aprofundado pela emenda do teto dos gastos (PEC 95), já fez o órgão cancelar e suspender pesquisas, como a Pesquisa Nacional de Saúde, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar e ainda pode colocar em risco a realização do Censo Demográfico 2.020".
Pedido de concurso pode repor 1.800 vagas
A solicitação de novo concurso do IBGE é para 1.800 vagas. Destas, 1.200 para técnicos - com remuneração de R$3.890,87 e 600 para analistas - com ganhos de R$8.213,07. O pedido segue em análise pelo Ministério do Planejamento e aguarda autorização. Os dois valores já incluem o auxílio-alimentação de R$458.
Há também uma solicitação para vagas de temporários. O primeiro deles, já em análise, é para 397 vagas de analista, para o Censo Demográfico 2020. A maior quantidade, porém, deverá ser para o trabalho mais de campo, em que há a expectativa de serem geradas 250 mil vagas.
Neste caso, os cargos deverão ser: recenseadores - até cinco meses de contrato; agentes regional e administrativo - até um ano; agentes municipal e de informática - até dez meses; agente supervisor - contrato de até nove meses.
Último concurso IBGE foi em 2015
O último concurso para efetivos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aconteceu em 2015. As vagas também foram para os cargos de técnico e analista, que contemplam os níveis médio e superior.
A prova para técnico foi composta por 60 questões, sendo dez de Conhecimentos Específicos do IBGE, 15 de Geografia, 15 de Matemática e 20 de Língua Portuguesa.
Já para analista foram 70 questões sobre Conhecimentos Básicos (Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Raciocínio Lógico Quantitativo) e Conhecimentos Específicos. O número de questões por disciplina variava. A banca foi a Fundação Getulio Vargas (FGV).
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