Concurso IBGE: presidente do órgão fala sobre seleção para efetivos

Nova presidente do IBGE, Susana Guerra, fala a respeito do concurso para efetivos em reunião com sindicato.

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Publicado em:09/04/2019 às 12:41
Atualizado em:09/04/2019 às 12:41

A nova presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Susana Guerra, se manifestou a respeito do aguardado concurso público para efetivos. No dia 28 de março, em reunião com Associação Nacional de Servidores do IBGE (Assibge), ela confirmou que o edital não deve sair este ano. 

A posição, no entanto, foi criticada pelo sindicato, o qual reafirmou seu compromisso com o pleito da reposição de pessoal urgente. A abertura de uma seleção em 2020, de acordo com nota divulgada pelo grupo, não foi colocada em pauta. Por isso não está descartada. 

A Assibge reforçou que vai continuar insistindo na reivindicação do concurso, além da reestruturação da carreira e do Censo 2020 sem cortes. 

“A situação do IBGE é de muitas incertezas. Isso demonstra que é fundamental o envolvimento dos trabalhadores do IBGE em suas diversas áreas, para lutarmos pelas nossas reivindicações.”

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O encontro foi a primeira reunião de Susana Guerra, que assumiu a presidência do órgão em fevereiro, com a Assibge. Na ocasião, ela falou sobre a necessidade de trabalhar com restrições econômicas e de reavaliar o orçamento do Censo 2020. 

Vale lembrar que, em sua cerimônia de posse, Guerra havia destacado a situação do quadro de pessoal do IBGE. No discurso, ela chegou a falar de seu interesse em recompor o quadro.

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IBGE (Foto: Divulgação)
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(Foto: Divulgação)

Alternativas à reposição do quadro podem ter efeito contrário

Ainda de acordo com informações da Assibge, o coordenador de Recursos Humanos do IBGE, Bruno Malheiros, é quem terá a missão de avaliar alternativas à falta de pessoal efetivo. O órgão, sob orientação do Ministério da Economia, busca formas para cortar custos.

Uma das possibilidades seria a terceirização de algumas áreas, o que é repudiado pelo sindicado. O grupo defende que isso pode enfraquecer a capacidade de pressão por melhores condições salariais. Há também o risco de se criar quadros em extinção, “condenando os aposentados ao congelamento salarial.”

Outra medida alternativa, também criticada pela Associação, é o aproveitamento de servidores de outros órgãos em extinção. Esses seriam utilizados, em especial, nas agências e na área administrativa das unidades estaduais.

“Entretanto, a maior mobilidade de servidores entre os órgãos pode ter efeito contrário ao desejado para a instituição. O IBGE, inclusive, pode perder trabalhadores, como aconteceu em tempos passados.”

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O último pedido de concurso para o IBGE foi encaminhado ao governo em 2017. Foram solicitadas 1.800 vagas, das quais 1.200 para técnicos e 600 para analistas. 

O primeiro cargo exige o nível médio e tem remuneração inicial de R$3.890,87, que pode chegar a R$5.340,27 com os benefícios e gratificações. Já o cargo de analista exige nível superior e tem ganhos iniciais de até R$8.213,07. 

O pedido, no entanto, foi arquivado no início do ano, junto com outras 26 solicitações de concurso federais feitos em 2017. O IBGE havia confirmado que encaminharia uma nova solicitação este ano, mas não revelou se o número de vagas seria mantido.

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De acordo com dados de janeiro, dos 4.924 servidores do IBGE, 1.416 já reúnem condições de pedir aposentadoria, cerca de 28% do quadro.  O próprio órgão já manifestou, por meio de nota, a preocupação com o quadro. 

“Essa crise ameaça todo o plano de trabalho do Instituto, incluindo a realização do Censo Demográfico 2020, que já se encontra em planejamento.”

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