Concurso INSS: após emergência, solução definitiva será inevitável
Após medidas emergenciais, Governo precisará adotar medidas efetivas para regularizar situação do INSS e poderá abrir concurso.
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Publicado em:29/01/2020 às 11:30
Atualizado em:29/01/2020 às 11:30
Está clara a resistência do Governo Federal em autorizar a realização do concurso INSS, que tem mais de 20 mil cargos vagos. Porém, mesmo após medidas emergenciais serem efetivadas, será inevitável uma solução definitiva.
A expectativa é que até setembro, com a chamada de militares para atuarem no atendimento das agências, a situação da fila seja regularizada. Hoje, são quase 2 milhões de processos pendentes, sendo 1,3 milhão atrasados.
Mas quando esta situação se normalizar, os pedidos de benefícios vão continuar chegando e as aposentadorias continuarão acontecendo. Em 2019, por exemplo, foram cerca de 7 mil vacâncias, mais que o dobro em relação ao ano anterior.
Por isso, técnicos do INSS admitiram ao site Estado de Minas a necessidade de uma solução definitiva para o problema. Eles acreditam, inclusive, que após a normalização da fila, será possível avaliar a quantidade real de contratações necessárias.
Acontece que, apesar dos mais de 20 mil cargos vagos, a digitalização de quase todos os benefícios e a chegada de novos recursos tecnológicos deverão impactar na necessidade e pessoal.
Especialistas, sindicalistas e servidores do INSS também confirmam a necessidade e contratações. Ainda que todos os cargos não sejam preenchidos, pelo menos uma parte precisará ser reposta.
Concurso INSS foi tema de reunião com representantes da Economia
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) e outras entidades ligadas ao INSS seguem cobrando a realização de concurso públicos.
Na terça-feira, 28, antes da saída do então presidente, Renato Vieira, foi realizada uma reunião com ele e representantes do Ministério da Economia. No encontro, foi discutida a crise atual na Previdência e o pleito pelo novo concurso.
“Os problemas do Instituto não são meramente conjunturais e sim problemas estruturais que serão resolvidos apenas com a realização de concurso público”, diz o sindicato.
A Fenasps e a CNTSS reafirmaram sua posição contrária à contratação de militares para o INSS, defendendo que tais medidas não resolverão os problemas estruturais do Instituto. Porém, os representantes do Governo se limitaram a afirmar que não havia dinheiro para realização de concurso público.
As entidades entregaram um documento para o Governo contendo propostas para buscar soluções ao atual estado do INSS.
Em meio a crise, INSS tem mais de 20 mil cargos vagos
(Foto: Agência Brasil)
Novo presidente do INSS será temporário
Após a reunião com sindicalistas, foi anunciada, pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, a substituição de Renato Rodrigues Vieira na presidência do INSS por Leonardo Rolim, até então secretário de Previdência.
As duas portarias que mudam o comando do Instituto, uma exonerando Vieira e outra nomeando Rolim, foram publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 29. A exoneração foi feita a pedido do próprio Vieira.
Durante a coletiva, Marinho disse que Rolim foi escolhido devido à sua capacidade operacional e ao conhecimento técnico que ele tem sobre o tema e os problemas da pasta, além da relação estreita com servidores do INSS.
Porém, a indicação tem caráter provisório, até que o governo chegue a um nome definitivo para presidir o órgão.
“Teremos um pouco mais de cuidado para buscar o nome. Podemos aguardar mais tempo para achar quem irá assumir, para termos alguém que tenha familiaridade com o tema e não precise reiniciar o processo.”
Em 2018 a autarquia enviou um pedido para preencher mais de 10 mil vagas, sendo 2.580 para a contratação de pessoal excedente na seleção anterior, Mas a validade foi encerrada antes do aval.
O instituto também pediu abertura de mais de 7 mil vagas em cargos de técnico, analista e médico perito, de níveis médio e superior.
Técnico
Analista
Médico Perito
- Escolaridade: nível médio - Nº de vagas: 3.984 - Remuneração: R$5.186,79
- Escolaridade: nível superior - Nº de vagas: 1.692 vagas - Remuneração: R$R$7.659,87
- Escolaridade: nível superior em Medicina - Nº de vagas: 2.212 - Remuneração: R$12.683,79
Os últimos concursos foram realizados em 2011 e 2015, ambos com prazo de validade já encerrado. O INSS só poderão contratar pessoal efetivo após realizar uma nova seleção.