Em entrevista, presidente do INSS fala sobre novo concurso
O presidente do INSS, Edison Garcia, falou sobre o concurso INSS 2019. Aposentadorias a partir de janeiro preocupam.
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Publicado em:05/11/2018 às 10:23
Atualizado em:05/11/2018 às 10:23
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Edison Garcia, falou sobre o concurso INSS nesta segunda-feira, dia 5. Ele reconhece que o atendimento à população nas agências da Previdência poderá se agravar por causa das aposentadorias de servidores em janeiro de 2019.
Para minimizar o problema, já que o governo ainda não autorizou concurso para o INSS, Garcia diz que vem tomando várias medidas para modernizar o atendimento e reduzir as filas nas agências, tais como a implementação de sistemas de inteligência para a concessão de benefícios.
O presidente do instituto também vem negociando com o governo no sentido de tentar reter por um ano, prorrogável por mais um, os servidores que poderão se aposentar em 2019.
“Nós lidamos historicamente com pessoas, e a gestão histórica do INSS criou um distanciamento das agências, que concede benefícios. Para mudar isso, estamos buscando, nesta minha gestão, modernizar o INSS e implantar sistemas inteligentes para a concessão de benefício, como as concessões automáticas, visto a necessidade, e pelo iminente agravamento de atendimento por causa das aposentadorias de servidores em janeiro de 2019”, disse Edison Garcia, em entrevista ao jornal Extra.
O presidente do INSS afirmou ainda que não tem uma resposta do governo se haverá autorização de concurso para a autarquia, mas mostrou-se esperançoso de que o pleito possa ser atendido em 2019. O INSS tem um pedido de 7.888 vagas de técnico, analista e perito médico tramitando no Ministério do Planejamento.
“O Planejamento diz que há o ajuste fiscal, não tem previsão de concurso e está restritivo. A área técnica do Ministério do Planejamento diz que olha com bons olhos os órgãos que fazem o dever de casa para compensá-los com uma liberação de concurso. E como o INSS vem fazendo grande esforço de gestão, de mudança de procedimento e buscando eficiência, eles são muito animados com este trabalho e acham que é uma condição importante para um concurso em 2019.”
Presidente do INSS, Edison Garcia fala sobre concurso INSS (Foto: Anasps)
Antes de concurso INSS, presidente quer reter servidores
Para tentar zerar as filas nas agências e reter o servidores que vão se aposentar em 2019, o presidente anunciou a criação de um bônus de R$60, por processo analisado por servidor, e o trabalho home office.
“Fizemos o diagnóstico da dificuldade de pessoal e, por isso, criamos o sistema de bônus, como meta de análise de benefício, no valor de R$60 por processo analisado."
Ainda de acordo com Garcia, já existe uma medida provisória, formalmente encaminhada ao Ministério do Desenvolvimento e discutida com o Ministério do Planejamento. "Isso porque eu preciso reter os servidores que já podem se aposentar em janeiro”, justificou.
Segundo dados do próprio INSS, a autarquia possui hoje um déficit de 16.500 servidores. No entanto, outros 18 mil já reúnem as condições necessárias para se aposentar e uma grande leva desse pessoal deverá fazer isso a partir de janeiro.
Se o atendimento hoje já é precário, devido à falta de pessoal, o INSS poderá entrar em colapso devido às aposentadorias previstas. Frente a esse grave problema de recursos humanos, a expectativa é que a equipe econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, possa autorizar concurso para a autarquia no ano que vem.
Embora o concurso do INSS não esteja no orçamento da União para 2019, ainda assim ele poderá ser realizado. Isso porque o orçamento conta com uma reserva técnica de R$411 milhões para futuros concursos do interesse do próximo presidente.
O INSS solicitou ao Ministério do Planejamento 7.888 vagas, sendo 3.984 para técnico (nível médio; R$5.186,79), 1.692 para analista (nível superior em áreas que ainda serão informadas; R$7.659,87) e 2.212 para perito (graduação em Medicina; R$12.638,79).