Concurso PM-RJ: Witzel diz que chamada de aprovados depende de verba
Governador eleito no Rio explica que convocação de 3 mil aprovados no concurso PM-RJ depende de orçamento votado pela Alerj.
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Publicado em:21/11/2018 às 09:28
Atualizado em:21/11/2018 às 09:28
A convocação de aprovados no concurso da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) foi uma das promessas de campanha do governador eleito, Wilson Witzel. Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, ele disse que pretendia chamar mais de três mil soldados ainda em janeiro.
O novo chefe do executivo, no entanto, reviu sua proposta após encontro com o interventor federal na Segurança Pública do Estado, general Braga Netto, na segunda-feira, 19. De acordo com Witzel, a convocação de concursados dependerá do aval da Assembleia Legislativa (Alerj).
Wilson Witzel foi eleito governador do Rio de Janeiro com 59%
dos votos (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Para que os milhares de aprovados no concurso PM-RJ de 2014 sejam chamados para o curso de formação a Alerj deve aprovar o projeto do orçamento para o próximo ano que está em tramitação. A votação do texto final pela Casa está prevista para o dia 19 de dezembro.
“Pezão nos disse que já chamaram 500. Eles estão sendo encaminhados para o centro de recrutas. E esse foi o primeiro momento. Até o final do ano, vou avaliar a questão orçamentária, que está na Assembleia Legislativa, inclusive para ser votada. Mas, há uma grande possibilidade de convocação ainda em janeiro”, disse Witzel.
Desde que o Regime de Recuperação Fiscal do Rio de Janeiro, acordo feito entre o governo estadual e a União, entrou em vigor, o estado não pode realizar novas seleções públicas. As exceções são para concursos que objetivem diminuir a carência de servidores por aposentadorias, mortes e exonerações nos órgãos de Educação, Segurança e Saúde.
Com um detalhe: os cargos vagos devem ser contabilizados a partir de setembro de 2017, quando o decreto começou a vigorar.
Pezão já autorizou a chamada de 1.381 aprovados no concurso
Em meados deste ano, o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, autorizou a convocação de 1.381 aprovados no concurso PM-RJ. As 800 primeiras chamadas foram realizadas entre os meses de julho e setembro.
A última convocação dos aspirantes a soldados está prevista para segunda quinzena de novembro. O prazo foi definido em reunião realizada no dia 9 de outubro. Estiveram presentes o secretário de estado de segurança, general Richard Nunes, e Pezão.
Na cerimônia realizada no Palácio do Catete para anunciar as novas contratações dos PMs, o governador em exercício destacou a importância dos novos profissionais para a Segurança Pública do Estado.
“É um sangue novo que entra para corporação. Isso rejuvenesce a polícia e nós precisamos de mais. De uma Polícia Militar rejuvenescida, ostensiva, presente em todas as áreas do estado para dar à população a sensação de segurança que ela merece”.
O último edital do concurso PM-RJ foi publicado há quatro anos. Na época, foram contempladas 6 mil vagas para soldado. Desde então, apenas 1.175 ingressaram na corporação em 2015.
Os demais aprovados aguardavam a convocação para o curso de formação. "(Eles) ficaram pendurados no meu 'zap' por oito meses", brincou Pezão sobre a cobrança dos concursados.
Witzel defende concursos anuais para segurança do Rio
Em seu governo, Witzel pretende abrir concursos anuais para os órgãos de segurança pública do estado, como a Polícia Militar com oferta de mil vagas. A realização de concursos para a Polícia Civil também está em seus planos.
Ele salientou, em entrevista à FOLHA DIRIGIDA no Especial Eleições 2018, o déficit de recursos humanos e materiais na PC-RJ. No caso Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) a proposta do governador é remanejar os servidores para a Polícia Civil, ajudando a suprir o déficit nessa instituição.
Ele quer extinguir a Secretaria de Segurança Pública, de modo a criar um canal de diálogo direto entre as entidades e o governador.
“Em termos de deficiência nos serviços essenciais, o que temos é em torno de 10 mil cargos necessários para a área da Saúde e outros dez mil para a área da Educação. Se somarmos tudo – Saúde, Educação, Segurança – a deficiência é de mais de 50 mil cargos para serem supridos em todas essas áreas. É um número elevado”, destacou Wilson Witzel.