Concurso PM-MS: candidato teria pedido cola da prova pelo WhatsApp

O concurso da PM-MS para soldado e oficial continua dando o que falar. Alguns candidatos teriam pedido cola pelo whatsapp durante a prova.

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Publicado em:17/08/2018 às 10:35
Atualizado em:17/08/2018 às 10:35

"Alguem ae. To fazendo uma prova e preciso de cola (SIC)." Foi assim que um suposto candidato do concurso PM-MS teria pedido ajuda em um grupo do aplicativo de conversas WhatsApp. Os prints de tela do diálogo entre os envolvidos circulam nas redes sociais e em veículos de comunicação do Mato Grosso do Sul.

No registro da conversa, o candidato teria enviado a primeira mensagem às 8h54, após o fechamento dos portões, às 8h. Pouco tempo depois, outros membros do grupo que estavam online começam a responder a mensagem.

Um dos participantes oferece ajuda ao informar que estaria com o computador "aberto", possivelmente com o recurso chamado WhatsApp Web. O candidato, que em princípio estaria em sala para prestar o concurso, faz duas fotografias do caderno de provas com o celular e encaminha as imagens ao grupo com a seguinte mensagem "Manda número da questão e a letra."

Candidato pode ter pedido cola por WhatsApp (Foto: David Majella/Governo)
Concurso da PM-MS teve fechamento dos portões às 8h
(Foto: David Majella/Governo-MS)

Secretaria de Administração pede a investigação do caso

Embora as imagens enviadas da prova tenham as marcas da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura de Mato Grosso do Sul (Fapems), da organizadora do concurso e o registro de data e hora, não é possível afirmar, ainda, a veracidade do conteúde.

A reportagem de FOLHA DIRIGIDA entrou em contato com a Secretaria de Administração e Desburocratização (SAD) para esclarecer o ocorrido e obter um posicionamento oficial. De acordo com a SAD, assim como a comissão organizadora do concurso PM-MS, esclarece que:

"No momento em que tomou conhecimento do suposto vazamento de questões da prova escrita do concurso da PMMS em grupos de aplicativo de celular, imediatamente solicitou junto à Polícia Civil (PC) e Ministério Público Estadual (PME) a investigação do caso. Se constatada a veracidade dos fatos, serão tomadas todas as medidas cabíveis."

Mais informações não foram divulgadas pela administração responsável. A Fapems, organizadora da seleção, ainda não se posicionou sobre o assunto. Até o momento, não foi anunciada nenhuma medida cabível, portanto, o cronograma da seleção permanece inalterado e as demais etapa deverão ser realizadas normalmente. Mas o caso segue sob investigação.

Prova da PM-MS teve registro de problemas com fiscais

Além do suposto pedido de cola, outro assunto movimentou o dia de provas do concurso PM-MS. É que alguns candidatos se dirigiram até uma delegacia, em Campo Grande, e alegaram problemas de desorganização quanto aos fiscais de sala. Os concorrentes não foram avisados que restavam apenas 30 minutos para o término e tiveram que "correr" para não entregar o cartão sem preencher.

Os afetados disseram ainda que as provas começaram com 25 minutos de atraso. A Polícia Militar informou à FOLHA DIRIGIDA que "não é a instituição responsável diretamente pela aplicação do certame", reforçando que todos os cuidados do exame são da Fapems, a organizadora, que até o momento não se posicionou.

A assessoria da Polícia Militar alegou que há uma comissão organizadora responsável em emitir os pareceres sobre as ocorrências relacionadas a aplicação da prova. Segundo esses responsáveis, não há razão que justifique desclassificação dos candidatos envolvidos. Sendo assim, a PM garantiu que o ocorrido não deve prejudicar o cronograma e tampouco o andamento da seleção.

De acordo com uma nota publicada no site do governo, 22 candidatos foram desclassificados pelo fato de não obedecerem o pedido para desligarem os aparelhos de celular ou equipamentos sonoros durante a realização da prova. A informação é de que cerca de 1,5 mil profissionais, entre fiscais de sala, fiscais de corredor, médicos, coordenadores, policiais, interprete de libras, fiscais transcritores, enfermeiros, advogados e técnicos administrativos estiveram atuando na primeira etapa do concurso.

Seleção registrou mais de 36 mil inscritos

O concurso da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul teve mais de 36 mil inscrições confirmadas. Desses, 34.039 concorrem às 388 vagas para soldado da PM-MS, enquanto 2.086 disputariam as 50 vagas para o cargo de oficial em diversas especialidades. O número de faltosos foi divulgado pelo governo. Mais de 5 mil abstenções foram registradas, totalizando 14% de candidatos ausentes.

As provas objetivas foram realizadas no último domingo, 12, e os gabaritos preliminares divulgados na quarta-feira, 15, cabendo recurso até o dia seguinte. A prova contou com 80 questões para o cargo de soldado e 100 para o de oficial, com caráter eliminatório e classificatório. O concurso PM-MS conta com 438 vagas para ambos os sexos, sendo 388 para o cargo de soldado e 50 para oficial, com oportunidades. As remunerações iniciais das carreiras são R$3.352,53 e  R$7.089,13, respectivamente. [VIDEO id="7488"]