Em meio à privatização, Correios têm quantitativo de pessoal fixado

O Ministério da Economia fixou um novo quantitativo de pessoal para os Correios, que operam sem previsão de novo concurso público.

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Publicado em:21/08/2019 às 08:15
Atualizado em:21/08/2019 às 08:15

Matéria atualizada em 21/08/2019 às 11h55

O Ministério da Economia aprovou o novo quantitativo de pessoal dos Correios. A portaria, que limita o quadro de empregados públicos na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foi publicada nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União.

De acordo com a portaria, os Correios passam a ter 102.351 empregados públicos. Deste total, 170 são considerados anistiados. Ou seja, empregados readmitidos sob a condição de anistiados e que serão extintos ao término dos contratos. Com isso, o quadro permanente será de 102.181 funcionários públicos.

Apesar do Ministério da Economia fixar um quadro permanente para os Correios, a estatal será privatizada. De acordo com o portal G1, o anúncio será feito ainda nesta quarta-feira (21). Para que a privatização seja concluída precisará do aval do Congresso. 

O assunto já havia sido levantado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante palestra realizada na Universidade Feevale, em Nova Hamburgo, no dia 1º de agosto. Na ocasião, ele informou que depois da venda do controle da BR Distribuidora, os Correios seriam a primeira estatal a ser privatizada.

Correios podem ser privatizados (Foto: Divulgação)
Correios segue sem previsão de concurso e pode ser privatizado
(Foto: Divulgação)

 

Ainda neste mês, representantes dos Correios se reuniram para criticar a intenção do governo de privatizar a estatal. A audiência ocorreu na Comissão de Direitos Humanos (CDH). 

Segundo a Agência Senado, os trabalhadores alegaram que o governo deveria buscar os recursos desviados do fundo de pensão Postalis e deixar de usar "mentiras e argumentos falaciosos que induzam a opinião pública ao erro para justificar a privatização". 

Por sua vez, os defensores da desestatização apontaram que a falta crescente de recursos orçamentários poderá comprometer a prestação futura de serviços públicos à população. 

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Durante a audiência, o presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect), José Aparecido Gimenes Gandara, cobrou investimentos e afirmou que a privatização dos Correios não tem lógica. Com 42 anos de empresa, ele disse que a situação "deficitária" não condiz com a realidade.

"Temos 100 mil empregados, já saíram da empresa 29 mil. A privatização esconde interesse de exploradores do povo brasileiro. Temos 50 mil carteiros para atender todo o Brasil, que trabalham de forma sobrecarregada", disse. 

Ainda de acordo com o presidente da Findect, os trabalhadores não estavam pensando em fazer greve, pois isso poderia sustentar o discurso de que são os responsáveis pela privatização.

Já em relação ao Postalis, José Aparecido disse que os "trabalhadores foram roubados e estão pagando integralmente o dinheiro que foi desviado do fundo de pensão". 

Concurso Correios não estava previsto

Em abril desse ano, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos publicou seu estatuto social com ajustes aprovados em Assembleia no mesmo mês. O texto confirmava que a admissão de funcionários dos Correios permaneceria por concurso público.

Também no início do ano, em janeiro, o vice-presidente general Hamilton Mourão descartou a privatização dos Correios. A declaração foi feita durante as comemorações dos 356 anos da empresa e do dia do carteiro, em 25 de janeiro. 

FOLHA DIRIGIDA chegou a entrar em contato com a Assessoria de Comunicação da estatal para obter respostas sobre a possível privatização. Segundo os Correios, a questão deveria ser respondida apenas pelo Governo Federal. Ainda de acordo com a empresa, não havia previsão de concursos público para os Corrreios.

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