Concurso Bacen: Paulo Guedes defende autonomia do banco
Indicado ao Ministério da Fazenda, o economista Paulo Guedes defende a independência do Banco Central. Entenda!
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Publicado em:30/10/2018 às 14:44
Atualizado em:30/10/2018 às 14:44
O economista Paulo Guedes, indicado ao Ministério da Fazenda (provável novo Ministério da Economia) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, defendeu a autonomia do Banco Central. A declaração foi concedida em entrevista coletiva nesta terça-feira, 30, antes de uma reunião para discutir a formação da equipe ministerial do próximo governo.
A independência do Bacen pode contribuir para autorização de novo concurso do órgão. Isso porque o Banco Central não dependeria mais dos ministérios da Fazenda e Planejamento para divulgar editais de seleções públicas.
O próximo ministro da fazenda também quer que Ilan Goldfajn permaneça como presidente do Bacen, cargo que ocupa há dois anos. Para Guedes, seria "a coisa mais natural do mundo" que o governo aprovasse o projeto que prevê a independência da instituição com o apoio dele.
Paulo Guedes é o indicado para assumir o Ministério da Fazenda, no
governo Bolsonaro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
De acordo com a Agência Brasil, a proposta de Paulo Guedes é que os mandatos do gestor do Bacen não coincidam com os do presidente da República. Com isso, não haveria mais a expectativa sobre a permanência ou não do presidente do Banco Central, logo após a escolha do chefe do Poder Executivo brasileiro.
“Não podemos estar a cada eleição falando será que ele [presidente do Banco Central] fica? Será que ele não fica? Será que ele muda? Será que ele não muda? Então, teremos um Banco Central independente", disse.
Autonomia do Banco Central contemplaria três esferas
Em resposta à FOLHA DIRIGIDA, o Bacen explicou que a autonomia contemplaria três tipos: operacional, administrativa e orçamentária. A primeira daria ao banco a liberdade de formular e executar, de maneira técnica e imparcial, as medidas necessárias para atingir os objetivos definidos pelo governo, tais como as metas para inflação.
As autonomias administrativa e orçamentária, por sua vez, seriam essenciais para a abertura de concursos públicos. Isso porque o Banco Central teria liberdade para definir sua atuação e mobilizar seus recursos para cobrir suas despesas, tanto as típicas de autoridade monetária quanto as de natureza administrativa, podendo ser revisto o modelo de fluxo orçamentário.
Dessa maneira, o Bacen não dependeria mais dos ministérios da Fazenda e Planejamento para autorização de concursos. A proposta de autonomia do órgão foi originada por um Projeto de Lei, que precisa passar ainda pelo Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e sanção presidencial.
Como o próximo ministro da fazenda se mostra favorável a esse projeto de independência, é provável que seja aprovado no governo de Jair Bolsonaro.
Bacen solicitou abertura de 230 vagas em concurso
Enquanto o Banco Central ainda não é um órgão autônomo, para que um novo concurso seja realizado depende de autorização governamental. O Bacen encaminhou ao Ministério do Planejamento o aval para preenchimento de 230 vagas por seleção pública.
Para o cargo de analista, os candidatos devem ter graduação em qualquer área. Já para procurador, o órgão exige diploma de nível superior em Direito, inscrição na OAB e comprovação de, no mínimo, dois anos de prática forense.
Os ganhos para a carreira de analista, atualmente, são de R$17.391,64. Já o cargo de procurador, o Bacen oferece R$19.665,67 por mês. Todos esses valores já incluem o auxílio-alimentação, de R$458.
No vídeo abaixo, saiba como passar rápido em concursos: [VIDEO id="7721"]