Servidores do Banco Central (BC/Bacen) estão em greve desde a sexta-feira, 1º de abril, por tempo indeterminado. A principal cobrança é para o reajuste salarial e a reestruturação de carreira.
Até sexta, a adesão era de 60% a 70% à greve, o que equivale a 2.450 servidores da ativa. De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), o governo federal não aplicou o aumento nos salários para os servidores do Bacen.
A categoria estima que, em três anos, as perdas inflacionárias foram acima de 26%. O que é maior que a porcentagem em estudo pelo governo, de 5%.
“A intensificação do movimento reivindicatório se dá após meses de tentativas frustradas, por parte da categoria, de estabelecer uma agenda negocial com o Executivo. Até aqui, porém, não há proposta oficial em relação ao reajuste e a outros pontos da Reestruturação de Carreira”, consta em nota divulgada pelo Sinal.
A paralisação dos servidores já apresenta consequências. Publicações regulares, como o Relatório Focus, o Indeco e o Relatório de Poupança, foram adiadas. O movimento também pode afetar o funcionamento de sistemas por trás do Pix, por exemplo.

nos salários (Foto: Divulgação)
O intuito da categoria é pressionar o poder público para que as pautas sejam atendidas. Desde o início do ano, os servidores do Bacen protestam contra a não inclusão dos reajustes salariais no Orçamento de 2022.
O sindicato afirma que o governo abriu brecha para concessão de reajuste para policiais. E que os funcionários do Banco Central não foram incluídos.
Novo concurso Bacen também é pauta da categoria
A abertura de um novo concurso Bacen também está na pauta de reivindicações dos servidores do Banco Central. De acordo com dados de fevereiro de 2022, há 3.023 cargos vagos, sendo 2.460 de analista, 138 de procurador e 425 de técnico.
O Banco Central busca reverter essa situação. O órgão solicitou ao Ministério da Economia autorização para preenchimento de 245 vagas efetivas nas carreiras de técnico, analista e procurador. O pedido foi enviado no dia 31 de maio de 2021.
Segundo o ofício encaminhado ao Ministério da Economia, as oportunidades devem ser providas em 2023 e 2024. Confira a distribuição abaixo, que foi confirmada à Folha Dirigida pela Assessoria de Imprensa do Banco Central:
Cargo |
2023 |
2024 |