Em meio às eleições, concurso IBGE é cobrado do próximo presidente

A Assibge publicou uma carta reforçando a necessidade do concurso IBGE. Órgão espera autorização para 1.800 vagas.

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Publicado em:08/10/2018 às 13:51
Atualizado em:08/10/2018 às 13:51

Em clima de eleições 2018, os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicaram uma carta destinada à próxima Presidência da República. Entre os assuntos abordados no texto, divulgado pela Assibge, em 4 de outubro, está a falta de pessoal efetivo e o grande índice de temporários.

Em um trecho da publicação, é pedido aos candidatos à Presidência um compromisso claro com o IBGE e com os serviços públicos, incluindo a realização de novo concurso IBGE.

"É fundamental que o candidato se comprometa com a realização de concursos públicos, tendo em vista a elevada média de idade dos servidores federais (muitos já em condições de se aposentar), o que também ocorre no IBGE (...)".

Conforme a carta, o IBGE atualmente possui mais de 50% da sua força de trabalho constituída por trabalhadores temporários envolvidos nas pesquisas contínuas do órgão.

Concurso IBGE 2018 (Foto: Divulgação)
Concurso IBGE aguarda autorização para 1.800 vagas
(Foto: Divulgação)


Segundo o sindicato nacional, é natural que para a realização de levantamentos esporádicos, como os censos, sejam contratados trabalhadores temporários. No entanto, quando se trata de trabalhos contínuos essa prática é uma aberração.

"O trabalho temporário gera enorme problema para a continuidade do conhecimento adquirido pelo IBGE, de modo que o órgão desperdiça enormes recursos em treinamento e formação, pois esses contratos possuem vigência máxima de três anos. Já são cerca de 6 mil temporários no IBGE, regidos pela Lei 8.745. Ao mesmo tempo, temos cerca de 5 mil vagas disponíveis para trabalhadores efetivos. Essas vagas não são preenchidas".

Também na carta, é solicitada a revogação da Emenda Constitucional 95, que limita os gastos públicos por 20 anos, impondo, segundo a publicação, uma "situação insustentável aos serviços e aos servidores públicos".

O texto ainda menciona as 1.800 vagas pedidas pela direção do IBGE para concurso, que até agora não houve autorização e que, mesmo com a contratação desse pessoal, toda a carência de servidores do órgão não seria suprida.

Em outro momento, o sindicato menciona não aceitar a precarização das relações de trabalho, que no IBGE se manifesta pela contratação de funcionários temporários para a realização de todo tipo de atividade profissional.

Além disso, reforça a posição contra a Reforma Trabalhista, e contra o decreto 9.507/18, que dispõe sobre a contratação de terceiros na Administração Direta, e contra a Reforma da Previdência.

Leia a carta na íntegra

Acesse carta da Assibge

Saiba mais sobre o pedido de concurso IBGE

O pedido para autorização de um novo concurso IBGE está sob análise do Ministério do Planejamento. A solicitação é para 1.800 vagas, distribuídas entre os cargos de técnico e analista. O último andamento da seleção foi registrado em agosto, na Divisão de Concursos Públicos.

As vagas estão distribuídas da seguinte forma: 

• 1.200 para técnicos - que pede nível médio e oferece ganhos de R$3.890,87. 

• 600 para analista, de nível superior e remuneração de R$8.213,07. 

O instituto tem também pedido em análise com 397 vagas de analista para seleção temporária, voltada para o Censo Demográfico 2020. A maior quantidade, porém, deverá ser para o trabalho mais de campo, em que há a expectativa de serem geradas 250 mil vagas.

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Neste caso, os cargos serão recenseadores - até cinco meses de contrato; agentes regional e administrativo - até um ano; agentes municipal e de informática - até dez meses; agente supervisor - contrato de até nove meses;

Último concurso IBGE foi há três anos

O último concurso para efetivos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aconteceu em 2015. Foram selecionados candidatos para os cargos de técnico e analista, que contemplam os níveis médio e superior.

A prova para técnico foi composta por 60 questões, sendo dez de Conhecimentos Específicos do IBGE, 15 de Geografia, 15 de Matemática e 20 de Língua Portuguesa.

Já para analista foram 70 questões sobre Conhecimentos Básicos (Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Raciocínio Lógico Quantitativo) e Conhecimentos Específicos. O número de questões por disciplina variava. A banca foi a Fundação Getulio Vargas (FGV).

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