O pedido de concurso IBGE de 2017 entrou na lista dos que acabaram arquivados pelo Ministério do Planejamento nos últimos dias. Procurada pela FOLHA DIRIGIDA, a Assessoria de Imprensa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirmou a informação.
De acordo com comunicado, ao qual a FOLHA DIRIGIDA teve acesso, os motivos para a negativa do Planejamento são:
A situação fiscal do país limita sua atuação em ações que causem impactos financeiros, como é o caso de concursos públicos.
A justificativa foi a mesma dada para o também arquivamento do pedido de concurso Bacen de 2017. A notícia vem depois do protocolo para realização do concurso IBGE, que tramitava no sistema do Ministério do Planejamento desde 2017, ter tido movimentações.
No dia 14 de dezembro foi registrado o encaminhamento para o setor de Demandas de Expedição. No mesmo dia, o protocolo também passou pela Divisão de Concursos Públicos.
Já na última segunda, 17, foi encaminhado novamente para o setor de Demandas de Expedição, quando foi emitido um ofício ao Diretor Executivo do Instituto, Fernando José de Araújo Brantes.
Como confirmado, o teor de tal documento é a informação que o pedido de concurso para 1.800 vagas havia sido negado. De acordo com o órgão, o ofício com esta decisão, do dia 14, foi enviado na quarta-feira, dia 18, ao IBGE, por e-mail.
Apesar da negativa, os interessados no concurso IBGE podem respirar com calma. A Assessoria de Imprensa do IBGE já confirmou à FOLHA DIRIGIDA que prepara um novo pedido de autorização para concurso, e deverá encaminhar ao Ministério do Planejamento nas próximas semanas.
Até o momento, a expectativa é que seja o mesmo número de 1.800 vagas. O IBGE também esclareceu que o pedido protocolado em 2018 se tratava de um reforço no pedido de 2017.
A solicitação estava dividida entre os cargos de:
As remunerações das carreias são de R$3.890,87 para o técnico e R$8.213,07 para analista. Nos valores já estão inclusos o auxílio-alimentação de R$458.
A necessidade de concurso para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística pode ser considerada como urgente, já que o órgão sofre com déficit e alto número de profissionais aptos a se aposentarem. Segundo o IBGE, desde 2008, foram perdidos mais de 2.400 servidores, o equivalente a um terço do total.
Além disso, o Instituto precisa reforçar o quadro para a realização do Censo Demográfico 2020. Nele, são esperadas serem geradas mais de 250 mil vagas para profissionais temporários.
Na sexta-feira, 14, foi realizada a última reunião do ano entre o sindicato (Assibge) e a Direção do IBGE. Segundo nota divulgada pelo sindicato, ficou evidente que ainda não há uma política definida pelo futuro governo para o IBGE. Em trecho é afirmado que:
"O que se sabe até agora é que, no organograma do Ministério da Economia, o IBGE estará subordinado à Secretaria da Fazenda, juntamente com o Ipea. De acordo com o Presidente do IBGE, ainda não está claro como se darão os processos de negociação do órgão com o novo governo. Apesar de não haver confirmação da atual direção do IBGE a frente do Instituto, Olinto espera que seja mantido o compromisso com a reestruturação da carreira dos servidores e com o concurso público".
Já sobre a viabilidade de realizar o Censo com restrições orçamentárias e sem concurso público confirmado, o presidente Olinto teria afirmado que "cabe ao corpo técnico da casa reafirmar a todo momento seu compromisso com o Censo, o que não deve ser confundido com fazer o censo de qualquer maneira. Portanto, a estrutura do Censo está sendo montada para a sua realização".
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